Nem toda gravidez termina com um bebê nos braços. E, ainda assim, cada uma delas foi real. Muitas mulheres passam pelo aborto espontâneo sem entender o que aconteceu, o que sentir, ou o que fazer a seguir.

Aqui, o objectivo não é assustar mas informar, acolher e dar nome ao que tantas mulheres vivem em silêncio. Este conteúdo foi escrito para ser um ponto de apoio no meio da dúvida, da culpa ou da dor. E, principalmente, para lembrar que você não está sozinha. 

É quando a gravidez se interrompe de forma natural, sem interferência médica proposital, geralmente até a 20ª semana. A maioria desses casos acontece nas primeiras 12 semanas e, por vezes, antes mesmo de a mulher descobrir que está grávida.

Ao contrário do que muitos pensam, não é culpa sua. O corpo reconhece que algo na gravidez não está evoluindo como deveria e, por protecção, interrompe o processo.

Nem sempre é possível saber o motivo, mas as causas mais comuns incluem:

Mas atenção: Na maioria das vezes, a mulher não tem controle sobre isso. O corpo está fazendo o que precisa para se proteger.

Alguns sintomas podem indicar que algo não está indo bem:

Se algum desses sinais aparecer, procure imediatamente uma unidade de saúde.

 Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico geralmente combina exames de ultrassonografia com a dosagem do hormônio hCG no sangue. Com esses dados, o profissional consegue avaliar se o embrião está se desenvolvendo, se há batimentos cardíacos ou se a gravidez não é mais viável. Em casos de dúvida, os exames são repetidos após alguns dias. O tempo também é uma ferramenta de clareza.

 O que acontece após a confirmação?

Cada caso é diferente. Existem três possíveis caminhos após o diagnóstico:

1. Aborto completo: o corpo expulsa naturalmente todos os tecidos da gravidez;

2. Aborto incompleto: parte do conteúdo gestacional permanece no útero e precisa ser removido;

3. Aborto retido: o feto para de se desenvolver, mas o corpo ainda não iniciou o processo de expulsão.

Em situações como as duas últimas, o médico pode indicar curetagem ou aspiração uterina procedimentos simples e seguros que ajudam a concluir o processo com menos risco de infecção.

 E o emocional? Como lidar com o que se sente?

Esse talvez seja o aspecto mais ignorado mas o mais importante. O aborto espontâneo pode ser silencioso para o mundo, mas barulhento dentro de quem o vive. Não importa quantas semanas tinham se passado: era real para você.

É comum sentir:

Tudo isso é normal. Mas você não precisa passar por isso sozinha. Converse com alguém de confiança, procure grupos de apoio ou, se puder, um acompanhamento psicológico. O acolhimento emocional também faz parte do cuidado.

Na maioria dos casos, sim. O corpo precisa de algumas semanas para se recuperar e retomar os ciclos naturais. O tempo ideal para tentar de novo varia, alguns médicos sugerem esperar de um a três ciclos menstruais, enquanto outros recomendam observar o estado emocional da mulher antes de recomeçar.

A boa notícia: a maioria das mulheres que passa por um aborto espontâneo consegue engravidar novamente e ter uma gravidez saudável.

 Uma mensagem final para quem está passando por isso: