
Gravidez Psicológica: Quando o corpo acredita que está grávido
Uma gravidez que acontece no corpo... mesmo sem um bebê. Entender a gravidez psicológica é um passo importante para acolher quem passa por ela.
Por que falar sobre gravidez psicológica?
Poucas situações são tão complexas e tão pouco faladas como a gravidez psicológica. É um fenômeno real, que envolve corpo e mente, e que pode gerar tanto confusão quanto sofrimento.
Quem vive isso não está “inventando”, nem é fraca, nem “quer chamar atenção”. É algo muito mais profundo e é fundamental informar e acolher com respeito.
Foi por isso que decidi trazer este texto, com um olhar cuidadoso e humano.
O que é uma gravidez psicológica?
A gravidez psicológica, ou pseudociese, acontece quando a mulher acredita estar grávida e passa a apresentar sintomas físicos típicos da gravidez, mesmo sem que exista um embrião.
Isso não é um “fingimento”. O corpo responde de forma real a um desejo intenso, ou a um medo profundo de engravidar. A mente, em diálogo com o corpo, produz alterações hormonais e sintomas que imitam uma gravidez verdadeira.
Quais são os sintomas?
Cada caso é único, mas os sintomas mais comuns incluem:
- Ausência de menstruação;
- Aumento e sensibilidade nos seios;
- Náuseas e vômitos;
- Distensão abdominal (barriga cresce);
- Ganho de peso;
- Sensação de movimentos fetais;
- Alterações de humor;
- Produção de leite em casos mais avançados.
O mais impressionante é que todos esses sinais são reais mesmo sem a presença de um embrião.
Por que isso acontece?
A gravidez psicológica é uma resposta psicoemocional complexa. Ela pode ocorrer em situações como:
- Desejo intenso de engravidar (especialmente após perdas gestacionais);
- Medo exacerbado de gravidez;
- Pressões familiares ou sociais;
- Histórico de infertilidade;
- Traumas emocionais não elaborados.
Em alguns casos, condições psiquiátricas podem contribuir, mas na maioria das vezes a mulher não tem um transtorno mental apenas está atravessando um momento emocional muito delicado.
Como é feito o diagnóstico?
Quando a mulher apresenta sintomas de gravidez, o médico realiza:
- Teste de gravidez (beta-hCG no sangue);
- Ultrassonografia.
A ausência de embrião e de níveis hormonais compatíveis com uma gestação levam ao diagnóstico. É essencial que essa revelação seja feita com cuidado e empatia, pois o impacto emocional pode ser muito grande.
E como lidar com o impacto emocional?
Para quem vive uma gravidez psicológica, descobrir que não há um bebê pode gerar um luto profundo, sentimentos de vergonha ou culpa, e até crises de identidade. Por isso, o acolhimento é fundamental. Não é momento de julgamentos é hora de apoio.
O tratamento geralmente envolve:
- Apoio psicológico ou psicoterapia;
- Em alguns casos, acompanhamento psiquiátrico;
- Cuidados médicos para os sintomas físicos.
Com o suporte adequado, a maioria das mulheres consegue superar a situação e recuperar seu equilíbrio emocional.
Uma mensagem para quem viveu (ou vive) isso
Você não está sozinha.
Seu corpo respondeu a um desejo ou a um medo muito profundo. Isso não te faz menos forte, nem menos digna de respeito.
Buscar ajuda não é fraqueza é um acto de cuidado e coragem.
Gravidez psicológica não é ilusão. É um fenômeno que merece escuta, cuidado e respeito tanto pelo corpo quanto pela alma.
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